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Esse negócio de querer fazer tudo ao mesmo tempo


Senta que lá vem textão-desabafo:

Para começar, esse texto vai ser um pouco diferente do que estou acostumada a publicar, ou não, talvez nem vá ao ar, mas acho que vai valer a pena escrever sobre, com pouco filtro, pouca correção, então me perdoa desde já.

Se você não sabe, eu estou no último ano da faculdade, faltam exatos 6 meses para o final do ano e para o final dessa loucura toda chamada de graduação. 

Ninguém avisa que a gente muda feito o milagre da transformação da água em vinho, ninguém fala que a mentalidade muda, que as opiniões se convergem, que a gente encontra pessoas com o mesmos gostos e interesses e pessoas que não são nem um pouco parecidas com você. Ninguém fala das tretas e discussões que acontecem por causa da nota errada lançada no portal ou da prova que não tinha nada a ver com o conteúdo passado. Ninguém avisa que tem noites que a gente não dorme para terminar o trabalho que precisa entregar no dia seguinte, ou estudando para a prova que você não teve tempo de estudar nos outros dias.

Enfim, não é para isso que eu tô aqui, em resumo quis dizer que a gente é moldado durante esse período, mas eu percebi que estava sofrendo dos mesmos males do ensino médio. Para quem está a mais tempo, sabe que reclamar sobre falta de tempo, sobrecarga, sufocamento, dormir pouco, fazer 500 coisas ao mesmo tempo (e muitas outras coisas) é uma constante que me acompanha desde o último ano do médio, e olha eu aqui no último ano da faculdade chorando pelas mesmas pitangas.

Será que o problema é a faculdade então? 

- Ah é a falta de tempo, só me organizar, ficar 15 dias em casa sem nenhum compromisso externo, colocar tudo em dia, já resolve. 

Só que não.

Tenho que ser sincera. O problema sou eu mesma. E não adianta me sentir culpada por isso. Uma coisa que a Maki falou lá no blog dela (um tempo atrás já) é que tem que rolar um perdão. E isso veio de encontro ao meu coração. Sim, eu preciso me organizar para fazer tudo, mas preciso encontrar o equilíbrio. 
"(...) [você] tem vontade de sumir por uns dias e ficar bem longe, isolada, colocando os pensamentos em ordem. mas mesmo no pouco tempo livre que você tem agora, você usa pra procrastinar ao invés de colocar a coisa em prática." Maki
Essa frase aí me descreveu todinha. Eu não via a hora das férias chegarem para colocar tudo em dia. Fazem uns 5 dias que entrei em férias (na verdade, tenho que ir 2 dias ainda) e o que eu fiz? Isso mesmo, quase nada. No máximo eu passei um paninho na superfície dos móveis, separei algumas roupas, mas dormi, dormi demais. 

Férias é para isso mesmo, descansar. Quem sou eu para desmistificar o poder que elas exercem sobre nós. O problema está na desorganização da rotina, do acúmulo de tarefas desnecessárias ou não tão relevantes que tomam o nosso tempo e distraem a nossa mente. Você chega nas férias e acha que tá sobrando tempo e coloca outras mil coisas para fazer só que não consegue fazer, se frusta e se sente incompetente. Eu conheço esse filme.

Cheguei na raiz do problema.
"(...) talvez eu devesse gravar mais vídeos pro Youtube, começar um podcast. fazer mais fotos. começar um hobby novo e mostrar tudo no blog. escrever mais newsletters semanais. postar mais stories. talvez eu devesse começar a escrever um livro e quem sabe abrir um Patreon… onde mais será que eu posso escrever? mal tenho tempo de dormir direito, mas tudo bem a gente dá um jeito, eu durmo depois." Maki (acertando em cheio de novo)
Uma frase que todos me falam é "ai Jéssica, você quer abraçar o mundo", e é verdade, mas não quero acreditar nisso, nem aceitar, continuo me enfiando em compromissos, em grupos, em coisas que poderiam esperar. Só que eu nunca acho que tô fazendo o suficiente, sempre está faltando alguma coisa.

Eu falo que gosto da correria, que gosto de fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas no final das contas sempre estou cansada, desmotivada, sem energias para terminar aquilo que comecei, o pior é que muitas vezes não consigo me desligar desses compromissos, pois são coisas que amo fazer, que já criei vínculos e que dependem de mim. E aí?

O ideal é focar naquilo que é prioridade. Isso é o que todo mundo fala, mas como faz isso? 

PARE!

Analisa tudo que está ao seu redor, vê o que faz sentido para você nesse momento e foca nisso. Ok, falar é fácil. Eu sei porque tô nesse impasse e esse conselho é, nada mais, nada menos do que para mim mesma. Tá no final de uma fase, termina, foca nisso. Tá no começo de algo e tem várias coisas já, escolha aquilo que você quer fazer. 

Confesso que é bem difícil, chega a doer ter que abrir mão de coisas que você ama, mas é necessário para você não entrar em colapso e manter a sua saúde mental, vai por mim.

Agora, para finalizar bem! Não esqueça de Jesus no meio do caos. Eu frequentemente faço isso, estou em apuros, chorando pelos cantos e Ele me lembra que está comigo, que cuida de mim, que zela por mim. É necessário manter um relacionamento com Ele, conversar, abrir meu coração, deixar que cure as feridas, preencha o vazio e me dê forças para continuar. Sério, faz toda a diferença. 

Agora é melhor parar por aqui, pois esse post já está enorme e se você chegou até aqui, fico honrada por isso. Muito obrigada.

Um comentário:

  1. Eu sofro muito desse mal de querer abraças mil projetos ao mesmo tempo e me sentir sobrecarregada e pressionada pra trazer resultado. É osso, né? Mas temos que sempre lembrar do que já conquistamos e exaltar essas conquistas também. <3

    www.patriciasilvaneto.com.br

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